Como se poderia provar que já vivemos outras vidas, em outros corpos e que voltaremos na sucessão dos tempos?
A reencarnação é algo verdadeiro e inatacável. Não é uma idéia que foi tirada do nada, ou de uma pessoa, ou de um grupo que aceita tudo sem questionamentos.
Se observarmos a reencarnação através dos fatos, das comunicações mediúnicas(como explicar, por exemplo, um Chico Xavier, cuja escolaridade era até a 4ª série ginasial, ter como “suas” 412 obras de diversos assuntos do mais profundo conhecimento?); das psicografias de entes queridos, comprovadas por detalhes íntimos; das Terapias de Revivências Passadas; e como única explicação da Justiça Divina para as diferenças sociais, culturais, intectuais, morais, físicas entre os homens, são ocorrências que por si só justificariam a crença nas vidas sucessivas.
Vamos nos limitar a concitar os pensadores que atentem às provas morais que decorrem do raciocínio e daindução.
Seria necessário ver algo para nele acreditarmos? Observando-se os efeitos, não se poderia adquirir acerteza material da causa?
É necessário, segundo um princípio da ciência que todo efeito remonta a uma causa. A Justiça nos oferece um notável exemplo desse princípio: ao descobrir as evidências do cometimento de um crime, as intenções que atestam a culpabilidade do agressor, mesmo ele não sendo apanhado em flagrante delito, é condenado por essesindícios.
A Ciência, que caminha pelas vias das experiências, afirma todos os dias princípios obtidos por induções dascausas, observando unicamente os seus efeitos.
A Geologia atesta a idade da Terra e das rochas pela indução e não por estar presente no momento da sedimentação das camadas rochosas, que determinam a idade dos minerais.
O peso dos planetas, sua densidade, volume, constituições são conhecidos pelos Astrônomos, Físicos e Químicos, não por experiências diretas, mas por analogia e indução. A própria medição da distância entre os planetas, medida pela velocidade da luz, é algo impalpável, mas aceito pela razão do homem atual.
A intimidade do átomo, nas suas partículas quânticas, é teoria admitida como verdadeira pelos homens da ciência, mesmo não sendo provada materialmente, porque a razão assim o determina. Acontece também assim com a teoria darwinista da evolução das espécies.
Quando algo ofende a razão, apesar de ser aceita oficialmente pelos homens cultos da época, cai perante o tempo. Assim foi com a teoria de que o Sol girava em torno da Terra. Mesmo com o testemunho de alguns, prevaleceu o raciocínio.
O mesmo acontece com os postulados Espíritas. Quem se dispõe a estudá-los sem prevenções, os aceita baseado na realidade dos seus princípios. A reencarnação, como explicação para tantas injustiças, diferenças, discrepâncias, anomalias físicas e morais, é algo que, aos poucos, a humanidade receberá como verdade incontestável.
“A fé necessita de base e esta base consiste na inteligência perfeita daquilo em que se haja de crer. Para crer, não basta ver, é, sobretudo, preciso compreender”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo)
Ao compreender a pluralidade das existências corporais como forma de regeneração perante os erros do passado e evolução para o futuro, aceitaremos mais tranqüilamente as dificuldades do presente e assim, o homem individualmente, e a humanidade como um todo, entrarão, real e rapidamente, em uma era de progresso e de regeneração, em que os indivíduos trabalharão com energia para aperfeiçoar e multiplicar os elementos de felicidade, que é obra da própria ação, entendendo que a posição ocupada atualmente não é obra do acaso, assim como a posição futura será fruto do seu esforço e dedicação.
Fonte: Obras Póstumas, Allan Kardec, FEB