Muita gente confunde Espiritismo com mediunismo. Por causa disto, acaba-se ligando a Doutrina a fenômenos e práticas místicas distantes do Espiritismo. Daí confundir Espiritismo com terreiros, evocação de mortos, brincadeira do copo, despachos e demais absurdos.
A Doutrina é o conjunto de ensinamentos trazidos pelos Espíritos. Estes nada mais são que os homens antes do nascimento ou depois da morte, com a diferença que tais ensinamentos foram trazidos por Espíritos Superiores e a única garantia destas verdades é a concordância que há entre os ensinos transmitidos simultâneamente em diversos lugares do mundo e recebidos por médiuns desconhecidos entre si. Allan Kardec teve o trabalho de organizar, comparar e publicar esses ensinos. E ainda há o detalhe de que as manifestações é que formaram a teoria e não o contrário. De observação em observação, chegou-se à teoria, cuja garantia está na concordância entre os ensinos obtidos. Os fatos comprovam a teoria e vice-versa.
Os fenômenos são inerentes à espécie humana e portanto não são exclusividade do Espiritismo. Este estuda e explica os fatos. Portanto, podem ocorrer inclusive fora do ambiente espírita. Práticas místicas, evocação de mortos, brincadeira do copo, despachos e outras práticas podem ser práticas mediúnicas, mas estão distantes da prática espírita. Espiritismo é estudo para progredir e prática do amor ao próximo para colaborar com a melhoria do mundo. Totalmente alicerçado no Evangelho de Jesus, ensina o amor e a caridade, aí englobados o perdão, a tolerância e demais virtudes ensinadas por Jesus.
Portanto, quando o leitor constatar práticas exóticas, que fogem à razão e ao bom senso e distantes do amor ao próximo, cobrando por serviços prestados, prejudicando o próximo, em que as aberrações marcam ponto, esqueça. Isto pode ser o que for, mas está distante de ser Espiritismo, embora muitas vezes a ignorância rotule essas práticas de prática espírita.
É importante abordar estas questões, porque a Doutrina Espírita é frequentemente confundida com tudo isto. As pessoas imaginam que no Centro Espírita há espírito que baixa, que os ambientes são místicos e estranhos. Imaginam que lá se mexe com os mortos ou outros absurdos. No Centro Espírita estudamos o Evangelho à luz da Revelação Espírita, onde devem prevalecer o bom senso e o amor. Também estudamos os fenômenos mediúnicos, próprios da natureza humana, procurando conhecê-los e discipliná-los, e como nas demais religiões, constituir ali um ambiente de fraternidade e concórdia, como extensão da família.
Os médiuns espíritas (sim, porque existem médiuns que não são espíritas) são pessoas comuns, sujeitas a quedas e equívocos como qualquer pessoa humana, apenas dotadas da sensibilidade mediúnica e procurando servir ao próximo na medida de suas possibilidades. Os espíritas, por sua vez, também são pessoas comuns. Digo isto porque muita gente pensa que todo espírita é médium. Mas, nem todo espírita é médium (como no meu caso) e nem todo médium é espírita. Este fato derruba a teoria dos que afirmam que nem toda pessoa que conhece o Espiritismo ou freqüenta Centro Espírita tem que necessariamente desenvolver mediunidade. Isto é um equívoco.
Por tudo isto, convidamos o leitor a conhecer o Espiritismo através das Obras Básicas de Allan Kardec, que devem ser estudadas pelos Centros. Não siga pessoas, que podem estar equivocadas. Conheça o Espiritismo em sua fonte original: os livros de Allan Kardec. Pessoas introduzem idéias, nem sempre condizentes com a lógica e o genuíno pensamento espírita.
Orson Peter Carrara
Matão – SP