Muitos indivíduos acusam as pessoas simples, os textos e até as teorias simples de serem “água-com-açúcar”, ou seja, sem efeito, “sem-graça”. É comum confundir simplicidade com simploriedade, humildade com humilhação, paciência com pasmaceira.
Na verdade, a profunda sabedoria é encontrada na simplicidade, na humildade e na paciência.
Criam-se enormes tratados pseudo-científicos sobre a mensagem do Cristo, tentando adequá-la aos padrões metodológicos modernos. Procura-se, para a cura dos males da alma, mirabolantes teorias inovatórias, com palavreado rebuscado, para introduzir ao neófito as novas idéias.
Jesus é simples: para as dores da alma – a prática do amor; para os momentos de dúvida – o recurso da prece; para o vinagre do ódio – a doçura do perdão; para o mal da depressão – a solidariedade ativa com o mais infeliz.
Quando se tem a oportunidade de conhecer a Doutrina Espírita, vê-se que ela é tão simples como a mensagem luminosa do Mestre. Os Espíritos orientam que para dirimir as duas maiores chagas da humanidade – o orgulho e o egoísmo – deve-se cultivar a frágil semente da humildade e do devotamento.
Enquanto Jesus pergunta aos dois discípulos que o seguiam: “-Que buscais?” (Jo, 1:38), o Espiritismo esclarece de onde viemos, para onde vamos, porque estamos aqui, tornando assim esta busca mais clara e racional.
Quando as palavras do Cristo, consideradas por muitos “água-com-açúcar”, habitarem o coração dos homens e se tornarem uma prática cotidiana “ todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão.” (Prece de Cáritas)