Quem escolhe?
Cabe ao espírito a escolha do gênero de provas que deseja enfrentar, nisso consiste o seu livre-arbítrio. Na sua origem, por ser criado simples, ignorante e sem experiência, portanto sem conhecimento de causa para fazer todas as escolhas, Deus supre sua inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazemos com uma criança desde o berço, deixando-lhe, pouco a pouco, a liberdade de fazer as opções, à medida que seu livre-arbítrio se desenvolve.
Quando escolhe?
Na erraticidade, enquanto ainda não atingir o estágio que o possibilita não mais retornar ao mundo físico, prepara-se para uma nova vivência na carne. É nessa etapa que planeja a sua vida futura. Quando encarnado, também terá oportunidade de fazer escolhas. A cada nova ação a vida lhe oportunizará escolhas, as quais delinearão e desencadearão os rumos que sua vida tomará.
Como escolhe?
Os espíritos que lhe são superiores o orientam nas suas escolhas, as quais tem como base as imperfeições e fraquezas que necessitam ser superadas, bem como os erros que precisam ser reparados. Sua consciência, como juiz maior de suas ações, serve como bússola a direcionar e impulsionar sua vontade para os ajustes e reparações que se fazem necessários. O desejo de progresso, que trará a felicidade e a paz, lhe dá suporte na estruturação de seu projeto de vida futura.
O que escolhe?
Escolhe o gênero das provas, os detalhes são conseqüências da posição escolhida e freqüentemente das próprias ações. Só os grandes acontecimentos, aqueles que influem no destino, estão previstos. É um erro crer que as menores circunstâncias da vida são estabelecidas, por antecipação, de maneira irrevogável; se fosse assim o homem seria uma máquina sem iniciativa, e, conseqüentemente, sem responsabilidade.
Por que escolhe?
Quis Deus que o ser humano ficasse sujeito à lei do progresso e que a evolução resulte do seu trabalho, para que o fruto desse, lhe pertença, da mesma maneira que lhe cabe a responsabilidade do mal que, por sua vontade, pratique. Conquistar, uma a uma, todas as virtudes, todas as ciências, ascender a todos os degraus da hierarquia dos Espíritos é a finalidade para o qual Deus criou as almas e dispôs os mundos.
Quais os limites?
a) Situação evolutiva: Suprida, a princípio, pelo instinto, que pouco a pouco desaparece para dar lugar à razão, a liberdade é muito escassa nos graus inferiores e em todo o período de sua educação primária. Com a evolução, pelo desenvolvimento intelectual e moral, conquista maior liberdade. Quanto maior o conhecimento maior é a liberdade.
b) Leis Divinas: Acima da nossa percepção limitada e variável estão as Leis Divinas. Em nenhuma hipótese o exercício da liberdade humana pode se opor aos planos divinos, do contrário, a ordem das coisas seria a cada instante perturbada.
c) Colheita obrigatória: Desencadeadas as escolhas, optamos por resultados que não podem ser mais mudados. Todavia, a ação no bem pode amenizar ou até postergar a colheita espinhosa da semeadura equivocada. Mesmo no sofrimento, pode escolher entre a resignação e a revolta.
Cleto Brutes