Todo o modelo de vida, exemplificado por Jesus, está alicerçado na prática da caridade. Ele ensinou-nos que não basta apenas não fazer o mal, mas que é preciso fazer o bem.
A Doutrina Espírita, o consolador prometido por Jesus, vem reforçar essa máxima, quando assevera que:“Fora da caridade não há salvação”. No dizer de Léon Denis “… os Espíritos ensinam-nos que a caridade é a virtude por excelência e que só ela nos dá a chave dos destinos elevados.”
No entanto, quando pensamos em caridade o que vem à mente são as grandes obras, aquelas ainda fora do alcance da maioria de nós. Encontramos muitos condicionantes tanto na questão material (tempo e recursos), como na questão moral (fraquezas e imperfeições). Todavia, a caridade pode estar presente nos mínimos gestos. Estamos fazendo caridade quando silenciamos para ouvir as agruras do nosso semelhante. Quando calamos para não revidar uma ofensa. Ela está presente quando não revidamos uma ação indigna que nos prejudicou. Somos caridosos quando oferecemos um sorriso, um abraço amigo ou uma palavra de consolo ao nosso semelhante.
Com o nosso exemplo de vida, quando exercitamos o amor ao próximo, quando nos esforçamos para domar as nossas más tendências, quando efetivamente procuramos vivenciar a nossa fé, em especial fora do aconchego e do convívio daqueles que professam a mesma crença, estamos sendo caridosos.
No trabalho honesto ou na oportunidade de trabalho que oferecemos, também há caridade. Quando divulgamos e vivenciamos os ensinamentos da Doutrina Consoladora praticamos a caridade, pois a verdade contida nos seus postulados oportuniza a libertação dos erros e impulsiona na direção do progresso espiritual, meta primeira de todos.
Que possamos imitar o Bom Samaritano, da parábola de Jesus, estando sempre dispostos a resgatar os nossos irmãos caídos na sarjeta do pessimismo, do derrotismo, da falta de fé, da falta de amor próprio, da falta de perdão, da incompreensão diante dos acontecimentos da vida. Façamos da nossa vida um estado permanente de amor ao próximo, materializada nessa prática sublime, lembrando sempre da caridade que devemos fazer a nós mesmos: amarmo-nos, perdoarmo-nos, buscando através do auto-conhecimento a nossa reforma interior, eis a primeira e mais importante caridade que se pode praticar.
“A caridade é a virtude por excelência, pois sua essência é divina. Irradia sobre os mundos, reanima as almas como um olhar, como um sorriso do Eterno. Ela se avantaja a tudo, ao sábio e ao próprio gênio, porque neste ainda há alguma coisa de orgulho, e às vezes são contestados ou mesmo desprezados. A caridade, porém, sempre doce e benevolente, reanima os corações mais endurecidos e desarma os Espíritos mais perversos, inundando-os com amor.” (Denis, Léon. Depois da Morte. 20. ed. Rio de Janeiro: FEB)
Cleto Brutes