Um dos bens mais preciosos é o tempo. Apesar de sua relatividade, é fundamental para nos situarmos espacial e cronologicamente, dando assim bases sólidas para nossa realidade.

O tempo movimenta-se ininterruptamente, a própria natureza se encarrega desse princípio e não há nenhuma força capaz de pará-lo ou controlá-lo. O que compete a cada um é saber utilizá-lo, fazer bom uso dele: escolhendo o que fazer no dia-a-dia, utilizando o tempo disponível para partilhar os problemas uns dos outros, procurando auxiliar naquilo que está ao alcance de cada um.

Não raro, pessoas usam de seu tempo para prejudicar os outros. Seja por inveja, ciúme, cobiça ou simplesmente por maldade.

A nossa existência de apenas algumas décadas certamente não foi planejada para criar sofrimento aos outros. Quem age assim está comprometendo sua felicidade, sua saúde, sua vida e até suas futuras reencarnações se não mudar de atitude a tempo de reparar o mal premeditado.

Às vezes, vemos alguns aparentes triunfos da maldade. São ilusórios, de curta duração e trazem consigo um enorme “custo” para o seu agente: desarmonia, falsidade, desconfiança, desamor, doenças do corpo e da alma…

A maldade, portanto, não traz benefícios que valham a pena lutar ou desejar.

E a generosidade traz benefícios?

Ter uma visão de longo alcance facilita perceber os benefícios da generosidade. Mas, mesmo se olharmos para mais próximo, facilmente encontraremos resultados agradáveis para a atitude generosa.

Se ao criar sofrimento e mágoas para os outros acabamos por criar dor e tristezas para nós mesmos, a recíproca é verdadeira: a melhor forma de conquistar a felicidade é proporcioná-la aos outros.

Partilhar a vida e a felicidade, com amizade, um sorriso no rosto e um coração bondoso é a maneira mais adequada para atingir o propósito da existência. Aqueles que abdicam um pouco de si, do seu tempo, dedicando-se às necessidades alheias atingem um profundo sentimento de satisfação interior.

No decurso da história, constata-se que aqueles que viveram com mais generosidade foram os que descobriram a verdadeira base da felicidade.

Conhecer os benefícios da bondade facilita a decisão de tomar atitudes positivas, levando-nos a pensar em conquistar valores espirituais superiores:

1) Queremos viver mais e com saúde.

A generosidade propicia mais equilíbrio aos elementos do corpo físico porque reduz o nível de stress, de medo e de ansiedade. O indivíduo generoso cria autoconfiança, desenvolvendo um senso de segurança que favorece a alma e o corpo físico. Esses benefícios levam a uma tranqüilidade e uma serenidade que jamais será atingida através de medicamentos, alcoólicos, conforto material ou diversão qualquer.

2) Queremos viver em paz.

A mente se torna tranqüila, atingindo um estado mental de calmaria mesmo nas tempestades mais temíveis, nos eventos mais trágicos, como na doença ou na dor. Compartilhar o problema do próximo educa o indivíduo a não permitir que a desgraça se instale em sua mente, tornando-o pró-ativo em resolver o que é possível e resignado em aceitar o que não pode ser mudado no momento. Para a pessoa generosa, sempre que um evento desagradável atinge a sua mente como uma onda vigorosa, aquilo que fica abaixo da onda, o oceano de tranqüilidade, a mente principal, permanece basicamente tranqüila.

3) Queremos ter a consciência tranqüila.

O individuo generoso é alguém que age. Da mesma forma que procura sempre o bem comum não prejudicando aos outros, não se deixa corromper, é honesto, não se abala com as contrariedades. É leal e, com firmeza de convicções, não se afasta do seu ideal.

4) Queremos saber encontrar as soluções.

Dificuldades sempre existirão, o problema é como e onde procurar as soluções. A generosidade facilita o entendimento de que alguns problemas não serão resolvidos ou atenuados com ações exteriores. Não podem ser ignoradas as soluções interiores. Se examinarmos um problema muito de perto ele parecerá enorme e insolúvel; mas ao olharmos o problema de forma mais abrangente, ele não parecerá tão grande, nem insuperável. O amparo dos benfeitores espirituais àquele que age no bem é mais notável e eficaz porque o padrão vibratório é mais semelhante. A oração, a meditação e a inspiração são parte da solução de qualquer problema.

Há inúmeros benefícios da atitude generosa. Cada um tem certamente alguma experiência positiva de uma boa atitude, nem que seja “somente” a satisfação de ter feito o que é correto.

A lição a aprender aqui é não se preocupar em demasia e praticar todo o bem possível. Para o espírita, conhecer a reencarnação e a lei de causa e efeito facilita a decisão de ter atitudes de bondade, propiciando para si, na colheita de sua semeadura, os benefícios do bem praticado. Ele sabe que não deve esperar agradecimento ou reconhecimento, pois, além dos benefícios futuros, já colhe, imediatamente, as “vantagens” de ser uma pessoa generosa.

Luis Roberto Scholl