Não é necessário ter muitos bens materiais ou muito dinheiro para ser apegado aos valores transitórios e materiais. O apego à matéria acontece nas diferentes classes sociais, do mais rico ao mais pobre, sempre que alguém tem dificuldades em conviver com o que possui ou gostaria de possuir. Esse apego também ocorre quando nossa motivação existencial está embasada em coisas que apenas nos foram emprestadas nesta encarnação: emprego, dinheiro, posses, posição social, beleza física.
Na realidade, tudo o que é material não faz parte do nosso verdadeiro eu, ou seja, tudo o que fica neste mundo quando do nosso desencarne não pertence ao Ser espiritual que somos. Assim, não somos aquele cargo na sociedade, ou no Centro Espírita, a aparência física passageira ou a renda monetária que dispomos. Cada um é, sim, um espírito em evolução e como tal deve ser compreendido e auxiliado na sua busca de valores perenes: caridade, amor, perdão, benevolência, paciência, fé em Deus.
Muitos de nós ainda não percebemos que não necessitamos de “riquezas” para sermos felizes ou crescermos espiritualmente. Não precisamos de uma casa maior, um emprego novo, acabar a faculdade, casar ou criar os filhos para auxiliar alguém, para iniciar nossa reforma íntima.
Nosso crescimento intelectual, espiritual e moral deve ocorrer diariamente, quando aproveitamos as oportunidades que temos hoje, independente do que já passou ou está por vir. As nossas realizações como espíritos imortais dependem da simplicidade de caráter, e não de luxos, de amor, não de coisas materiais. Uma vida simples, calcada no amor a Deus, ao próximo e a si mesmo independe de todas as coisas materiais que possuímos ou possamos almejar.