A humanidade terrena, ao longo dos séculos, debalde tem se debatido na tentativa de encontrar a gênese das dificuldades e das desigualdades humanas. Presentemente os conflitos existenciais têm assumido proporções jamais imaginadas.
Muitos têm optado pelos caminhos das sensações, sem se darem conta de que são fugas transitórias que, além de não solucionar os problemas da alma, invariavelmente são arremessados em direção a comprometimentos que redundarão em problemas maiores.
Poucos são os indivíduos que já despertaram para os verdadeiros sentidos da existência. Conscientes da sua condição de Espíritos imortais, em processo de aperfeiçoamento contínuo, já se esforçam na busca das conquistas da Alma. Valores que as traças não destoem e que os ladrões não roubam.
Somente quando acordamos para essa realidade, passamos a entender e nos resignar diante das lutas terrenas, planejadas com critérios justos e dentro das necessidades evolutivas individuais. Pois o projeto de vida é estruturado para nos favorecer, dentro das possibilidades de realização de cada um e com o suporte, tanto do ponto de vista material como espiritual, suficiente para que tenhamos êxito.
Desse modo, cabe a cada um identificar, pelo estudo, pela oração, pelo trabalho no bem e pelo retorno das suas ações, o que lhe compete realizar, tanto individualmente, como no aspecto coletivo, já que cada geração, cada indivíduo, está comprometido com a obra divina, que tem como propósito maior a regeneração da humanidade.
Outro aspecto muito importante que precisamos estar conscientes é que à medida que nos distanciamos da meta, tanto do ponto de vista individual ou coletivo, nos afastamos da ajuda divina. Ao nos afastar do bem também nos distanciamos da ajuda dos amigos espirituais. Quando deliberadamente trilhamos o caminho do mal saímos do teto seguro, semelhante ao operário que se recusa a utilizar os equipamentos de segurança para sua proteção. É o mesmo que deixarmos de trilhar uma estrada em perfeito estado de conservação, por outra em condições adversas.
Quando deixamos de realizar as tarefas que nos competem de forma indelegável, a intranqüilidade, a ansiedade e a angústia vêm para nos tirar do comodismo e nos colocar no caminho reto novamente. Na proporção em que estivermos executando o projeto de vida, teremos a satisfação, a alegria de viver, a paz de Espírito, a consciência tranquila.
Quanto mais próximos da vontade do Criador maior será o amparo e a proteção que carreamos para nós. Jesus lembrou que com Ele o jugo seria mais suave e o fardo mais leve.
As injunções expiatórias ou provacionais, quando enfrentadas sob a tutela dos amigos invisíveis, serão vencidas com menor quota de lágrimas.
Cleto Brutes