Hoje, cada vez mais, vemos o ser humano buscando trilhar o caminho do autoconhecimento e da autotransformação. Todos temos como meta nos tornarmos pessoas de bem. Algumas vezes, guiados pelo pensamento cristão, procuramos colocá-la em prática. Mas em inúmeras situações, deparamo-nos com as inevitáveis dificuldades que se manifestam nas mais diversas áreas, seja na intimidade do lar, na vida de relação ou internamente. Dificuldades que colocam à prova tudo o que pensamos ser, convidando-nos ao exercício da paciência e da tolerância.
Temos no coração o germe da solidariedade, mas a convivência diária com a violência e agressividade na sociedade nos amedrontam, ameaçando o nosso ideal de auto-aprimoramento, sufocando, muitas vezes, boas intenções. Diante das tentativas frustradas, poderá ocorrer o fortalecimento do medo e dos pensamentos negativos, levando ao esmorecimento da coragem de transformarmo-nos, induzindo-nos a tomar o caminho da gratificação imediata e a simples satisfação dos prazeres.
Felizmente, muitos se empenham em procurar criar um mundo novo, com uma nova mentalidade, assumindo projetos e colocando-os em prática em diferentes áreas da nossa sociedade. Mas, apesar de todos os esforços, por que não se consegue modificar a realidade vigente?
Porque ainda não atingimos a estrutura do Eu interior, onde se encontra a origem e a solução da problemática, a verdade que, se respeitada, fundamenta bases sólidas para as conquistas superiores da vida. Apesar dos esforços materiais, o sucesso ainda não foi alcançado porque, se de um lado planejamos uma sociedade mais humana, por outro deixamos a raiva, o ódio, o ciúme, a revolta se manifestar dentro de nós, perturbando o propósito de fazer o bem. É preciso remetermo-nos às causas, já que os acontecimentos são apenas reflexos e conseqüências.
Quando nos referimos às conquistas, não nos limitamos ao Eu egóico, restrito à matéria física, mas ao Eu individual, a essência, o espírito que cada um de nós é, e é nele que devemos investir, tornando-nos ativos e dinâmicos, potencializando as nossas qualidades morais e suprimindo os defeitos e as inclinações para o mal.
Nossa mente emite vibrações que refletem o que se passa na nossa consciência. Dessa maneira, nos influenciamos mutuamente, encarnados e desencarnados, de acordo com a nossa faixa vibratória. Atraímos e repelimos, conquistamos e afastamos da nossa companhia, influenciamos e somos influenciados, tanto para ações positivas como negativas.
Se juntarmos a nossa vontade às ações práticas, aos esforços para a reforma íntima, cultivando bons pensamentos, certamente estaremos fazendo a nossa parte preparando um mundo melhor, nos sentindo animados e confiantes, apesar das lutas e das dores que enfrentarmos.