Quais são suas prioridades? O que realmente importa para você?
Um articulista de uma revista nacional de grande circulação (Stephen Kanitz – Revista Veja, Ed. Abril) conta-nos uma história que o marcou profundamente na escolha de seus valores para a vida.
Há alguns anos atrás ele foi convidado para um almoço por um velho amigo. Grande empresário da capital paulista, dono de muitas indústrias, chefe de inúmeras pessoas. Tão atarefado que os seus encontros sociais eram durante o almoço e, necessariamente, no seu próprio escritório, pois ele não podia perder tempo!
Durante o almoço, de conversa amena, notou que saiu do empresário uma lágrima, logo disfarçada. Mas, na sobremesa, não foi possível segurar e o industrial chorou copiosamente. Qual seria o motivo? Crise financeira, falência, doenças ou morte na família? Ao se recompor, o grande homem de negócios abriu seu coração, contando que a sua filha mais velha iria se casar, e ele que andara, durante todos esses anos, preocupado somente em conhecer os negócios, não conhecia , realmente, quem era a sua filha, a sua esposa, a sua família. Agora na madureza da idade, aquilo que tinha tanta importância para ele, dinheiro, empresa, negócios, talvez não devesse ter tomado tanto tempo, que deveria ter sido dedicado aos seres que ama.
O cronista que conta essa história decidiu, naquele dia, que não desejaria passar pela mesma experiência no futuro. As suas escolhas profissionais, sociais, de lazer, necessariamente passariam, primeiramente, pelo crivo do que ele julga mais importante: a família, mesmo sabendo que isso implicasse perdas econômicas e sociais.
Será que possuímos condições de arcar com os “custos” dessa escolha: menos projeção social, menos dinheiro, menos fama?
Na doutrina espírita entendemos que a família é um laboratório de experiências, aprendizados e provas. A sua formação não é ao acaso, há um comprometimento entre os seus membros. O grande objetivo do lar é o aprendizado do amor e não o das conquistas materiais. É claro que não devemos deixar de lado a busca do conforto material, mas não podemos desfocar a real importância da vida que é a espiritualização, o fortalecimento dos laços de união, o perdão, a auto-educação e a evolução de cada ser.
O maior bem da vida é a paz de consciência. E só a conquistaremos se fizermos todos os esforços possíveis para tornar a nossa família harmoniosa, dar uma boa educação moral aos filhos, dedicar ao cônjuge amor, carinho, compreensão e ser um bom exemplo a todos que nos cercam.
É trabalhoso, poderá haver “perdas sociais”, mas valerá a pena, pois no balanço final da nossa reencarnação vamos encontrar atos no bem que pesam no nosso merecimento.