O que de melhor eu posso dar

Sempre desejamos dar para um amigo, para um filho, para um irmão, enfim para alguém que amamos, aquilo que de melhor julgamos ter.

Dificilmente não nos sentimos infelizes quando vemos o nosso ente querido passar por dificuldades, sofrimentos, estados de ansiedade, depressão ou problemas físicos. Queremos auxiliá-lo para que possa superar suas dificuldades. Talvez, na condição de ainda não conhecer profundamente o ser estimado, ou até a nós mesmos, muitas vezes, não lhe oferecemos aquilo que seria o mais oportuno no momento.

Pensando assim, alguns amigos mais chegados aos festejos do mundo, ao verem o companheiro em perturbações psicológicas, procurando auxiliar, elegem as festividades como recurso de auxílio ao amigo infeliz, levando-o às “alegrias inconsequentes” e à falsa impressão de problema resolvido. Na realidade, essa forma de atuação levará a agravamentos ainda maiores da problemática envolvida, pois no dia seguinte, volta tudo aquilo que se tentou abafar com a agitação ou o álcool.

Outros acreditam que as soluções se encontram no dinheiro, nas viagens, na saciação da sexualidade sem limites e, dessa forma, procuram oferecer ao companheiro deprimido alguma forma de satisfação dessas “necessidades”. Tudo isso são fugas que, além de não solucionarem coisa alguma, muitas vezes, pioram a situação do infeliz.

A problemática do ser humano é muito mais profunda e não será com atitudes superficiais que se estará ajudando o outro. Enquanto não se buscar o âmago da questão, o porquê das desesperanças, estar-se-á apenas adiando o reencontro com o caminho da paz e da felicidade.

Quando penso o que de melhor eu posso oferecer a uma alma atormentada, surge imediatamente na mente, a Doutrina Espírita. Quando estudada e vivenciada poderá, efetivamente, trazer a serenidade frente aos distúrbios e aflições e renovar as esperanças ante o desespero.

Ofereço-a, não com a intenção de fazer proselitismo, de querer transformar o outro em espírita, mas, com o desejo de lhe mostrar a lógica profunda dos seus ensinamentos, levando-o novamente a acreditar em si mesmo, no seu próprio potencial e a acreditar em Deus como um Pai amoroso, criador do Universo e em Sua perfeita justiça.

No Espiritismo entendemos que somos nós os semeadores do nosso destino e, em algum momento, teremos que ceifar aquilo que plantamos. As desventuras que vivenciamos nada mais são do que resultados de escolhas infelizes no passado (desta ou de outra reencarnação). Se insistirmos em nos manter em atitudes equivocadas, não conseguiremos superar as nossas dificuldades. A Doutrina Espírita nos instiga a buscar a raiz profunda do problema por meio do autoconhecimento, e a saná-lo através da renovação mental e moral. É no estudo das leis morais e naturais do Universo que encontraremos as respostas aos nossos questionamentos, e é na vivência dos ensinamentos do Cristo que obteremos a solução para os nossos sofrimentos.

Quando desejar oferecer ao próximo o que de melhor possui, ofereça o conhecimento espírita, e o consolo e a esperança certamente virão juntos.

Luis Roberto Scholl