Os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação. Há neles um princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. Esse princípio inteligente é, porém, inferior à alma do homem.
Do elemento inteligente universal os animais tiram o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados. Emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal. Os animais somente possuem a inteligência da vida material, mas no homem a inteligência também proporciona a vida moral.
Com a morte o corpo dos animais se destrói, como o dos homens.
Como o animal não possui uma alma propriamente dita, mas apenas um princípio espiritual, após a morte ele conserva a sua individualidade mas não tem a consciência do seu eu. A vida inteligente lhe permanece em estado latente, fica numa espécie de erraticidade, pois que não mais se acha unida ao corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua livre vontade e tendo a consciência de si mesmo como o principal atributo.
O princípio inteligente do animal, depois da morte, é classificado pelos Espíritos a quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com outras criaturas. Também não é dado escolher a espécie de animal em que irá encarnar, pois lhe falta o livre-arbítrio.
Fonte consultada: Livro dos Espíritos – Questões 592 a 607