Conta-nos a História que na cidade de Górdio, no antigo Império Persa, existia um nó cuja força era tão grande que ninguém conseguia desatá-lo. Segundo os oráculos da Antigüidade, conquistaria o domínio do mundo aquele que o desamarrasse.
Em nosso mundo íntimo também possuímos um “nó Górdio” que nos prende, e muitas vezes não permite nosso movimento rumo ao bem, tão intensa é a força que exerce sobre nossas atitudes e pensamentos.
O egoísmo, segundo os Espíritos superiores, é o vício mais radical, “dele deriva todo mal”1. Neutralizando todas as outras virtudes, ele é doença da alma que ainda pensa em si mesma, sendo indiferente aos semelhantes e suas dificuldades, pois é incompatível com a caridade; é o nó que nos prende às nossas vaidades, ao egocentrismo, ao orgulho que, em maior ou menor grau, todos temos ainda, posto que somos seres em busca da perfeição moral e estamos neste planeta a fim de aprender a amar sem esperar recompensas.
Cabe a nós a destruição do egoísmo, dizem os amigos espirituais, através do amor, do exercício de esquecer-se de si mesmo em benefício do semelhante, juntamente com o estudo do Espiritismo que, com clareza, vem nos esclarecer a respeito da vida, da bondade e justiça de Deus.
Poderemos exercer o domínio do nosso mundo íntimo na medida em que conseguirmos, aos poucos, desatar o nó górdio da alma – o egoísmo – com a prática da caridade sincera, que também pode ser feita em pensamentos e orações àqueles que estão ao nosso lado.
Natália Thielke
1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 87 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. questão 913.