“No mundo tereis aflições…” Jesus. (Jo., 16:33.)
Frase estranha à primeira vista! Como podemos não estar bem se estamos com Jesus?!…
Sofre o minério o cadinho esfogueante da forja ardente para transformar-se no metal precioso; sofre a rocha bruta a violência da dinamite e o acicate do buril para transformar-se em primorosa obra de arte; a madeira deixa-se martirizar pelo machado, serrote e formão transformando-se, depois, em peça útil; arrebenta-se a semente no solo em soledade para ressurgir em abundância que alimenta.
Assim a Humanidade…
Sabemos, por informação de Jesus, ora elucidada pela formosa Doutrina dos Espíritos que a Terra ainda está classificada como proscênio de provas e expiações; onde há prantos e ranger de dentes. Logo, o processo de aformoseamento e reforma do Espírito não é indolor…
Em nosso patamar evolutivo a dor é, muitas vezes, a pedagogia ideal, mormente quando falham as expressões do amor no programa de elevação e crescimento. Ela é a alavanca que desloca a acomodação de todos aqueles que voluntariamente estacionam à margem do caminho evolutivo.
Quando tudo está correndo “bem demais” é sinal que não estamos avançando na senda evolutiva, porque o normal é vencer obstáculo a obstáculo, como faz o rio até chegar ao oceano.
Jesus está atento às nossas aflições e conclama-nos a recorrermos a Ele nesses momentos cruciais, pelas suaves asas da prece.
Quando tantas criaturas equivocadas procuram “matar o tempo” desperdiçando-o na inutilidade, o cristão decidido saberá aproveitá-lo “escolhendo a parte boa”, ascendendo incansável e perseverantemente nas veredas do progresso espiritual.
Enquanto não nos emanciparmos dos níveis de prova e expiação, vivenciando o clima de resgates e acertos com a Lei, jamais poderemos estar à vontade, sentindo-nos completamente bem…
O Discípulo do Senhor da Cruz nunca está bem, assevera Marco Prisco e conclui1:
“(…) Sedento de luz e paz não estaciona, não demora, não ganha. Tudo sofre, dá e perde, não obstante, avançando sempre”.
Rogério Coelho
Muriaé – MG
1Marco Prisco/Franco, D.P. “Momentos de Decisão”. Capítulo 50