Deus, causa primária e inteligência suprema, através do atributo da onisciência, sabe tudo o que acontece em toda a Sua criação. Em virtude disso, poderia se alegar que a prece é algo desnecessário, pois na prece não se pedirá, nem se falará algo que o Pai já não saiba.
Realmente, sabendo tudo o que se passa no nosso interior, a prece não tem a finalidade de chamar a atenção de Deus para as dificuldades, mas sim a de criar no indivíduo condições internas, e também externas, para o auxílio necessário a que se é merecedor.
Quando se ora com o coração, coloca-se em posição de receptividade para o amparo, que poderá acontecer de diversas formas. Deus não irá simplesmente retirar as provas que são necessárias para o crescimento do indivíduo, mas colocará ao alcance do pedinte o apoio espiritual que precisa quando se propõe a ser auxiliado.
A prece é imprescindível para a alteração de uma atitude mental doentia para uma postura mais sadia, favorecendo a pessoa a assumir uma mudança comportamental ativa e positiva.
Deus é Pai amoroso que providencia todos os recursos necessários para o crescimento de todos seus filhos – não é necessário pedir mais! Devemos, sim, assumir comportamentos saudáveis, de gratidão e de bondade para nos tornarmos mais merecedores dos recursos que a vida apresenta.
A imparcialidade divina faz com que a chuva caia tanto para o justo como para o injusto, o sol aqueça tanto os bons como os maus; Ele próprio está, através da prece, ao alcance dos santos como dos impuros. A diferença, portanto não está em Deus, mas na atitude que se tem frente as experiências da vida.
Ao pedir ao Criador determinadas coisas – saúde, dinheiro, casa, emprego – transformamos Deus em um mero servo, atendente de pedidos, ao nosso dispor. Ao contatar com Deus, solicitando seu aconselhamento, através da intuição, do amparo dos bons Espíritos, ao desejar a harmonia na tempestade, o equilíbrio nos desvarios, a coragem no sofrimento, a resignação nas dores, estamos nos colocando na posição correta de criaturas, servidoras do Criador, transformando-nos no espelho da Sua vontade e nos preparando para receber aquilo que a divina sabedoria entende ser o melhor para nós.
O Reino de Deus – a Paz – não será conquistado sem esforço e abnegação, mas pelo trabalho árduo e merecimento individual.
Luis Roberto Scholl