O Livro dos Espíritos, Terceira Parte, Das Leis Morais, capítulo IV, Da Lei de Reprodução
1 – Como se formam as famílias?
As famílias não se formam ao acaso, são organizadas no Mundo Espiritual. Não há, porém, determinismo absoluto, podendo o Espírito, no decorrer da reencarnação, fazer escolhas diferentes das inicialmente traçadas por ele. Há o casamento de amor, de fraternidade, de provação e de dever1, e os que reencarnam em uma mesma família, são, muitas vezes, Espíritos simpáticos, unidos por interesses e afeição mútua.
2 – Por que há tantas brigas em família e separações de casais?
Por que os Espíritos que reencarnam na Terra são ainda imperfeitos, movidos pelo egoísmo, pela influência dos valores materialistas, pelo imediatismo, e pela falta de compreensão e paciência.
3 – O Espiritismo é a favor do divórcio?
O Espiritismo entende que não deve haver separação diante da primeira dificuldade, visto que os conflitos conjugais são normais na vida a dois. Porém, se a vida em comum não é mais possível, o divórcio pode ser a decisão que trará menos comprometimentos espirituais aos envolvidos, que permanecendo juntos passariam a viver em constante conflito, machucando-se mutuamente e adquirindo novos débitos.
4 – Ficar solteiro é contra as leis de Deus?
Com base no livre-arbítrio, há pessoas que optam por não casar e/ou não ter filhos dentro de um projeto reencarnatório de dedicação à humanidade. Os que reencarnam com esta missão especial costumam se dedicar a obras assistenciais, desenvolvendo o amor universal, através do convívio fraterno para com todos. Também há aqueles que reencarnam com a programação de casar, mas mudam de ideia, devido a acontecimentos ou vivências no decorrer da existência.
5 – Os obstáculos à reprodução são uma lei natural?
Deus deu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder que deve usar para o bem, mas não abusar. “Ele pode regrar a reprodução segundo as necessidades, mas não deve entravá-la, sem necessidade” (L. E. questão 693 -a).
A ação inteligente do homem é um contrapeso estabelecido por Deus para restabelecer o equilíbrio entre as forças da natureza, e é isso, ainda, que o distingue dos animais, porque o faz com conhecimento de causa.
1 XAVIER, Francisco C. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 53. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. cap. 38. p. 212.