A humanidade se divide em opiniões sobre a criação do Universo e as leis que o regem. Enquanto os cientistas fazem pesquisas, muitas vezes não reconhecendo Deus, como o arquiteto criador das leis que comandam todas as transformações que formam os diversos estados da matéria, outras pessoas não aceitam as explicações científicas, já que a sua crença é em um Deus “milagroso”, que ordenou que o universo se formasse e assim criando a todos nós. Sendo Deus onipotente, Ele pode tudo, mas como é também infinitamente sábio, Ele fez melhor, criou leis imutáveis que comandam e envolvem todo o universo.
Tanto a idéia do milagre da matéria, onde o universo teria se formado do nada, sem a ação de um ser superior, quanto do milagre de Deus, não estão embasadas em uma fé raciocinada. Diante disso, a Doutrina Espírita, que nos traz esclarecimentos, usando a razão, diz nos que toda conseqüência tem uma causa, mostrando-nos um Deus infinitamente justo e bom. O que muitas vezes nos falta para que possamos compreender melhor nosso Criador e tudo o que nos foi concedido neste planeta, além do esclarecimento, é conseguirmos sentir Deus em nós, fazendo com que este sentimento nos estimule a sermos melhores. A partir dessa consciência é que vamos nos tornando aptos a entender primeiro o nosso universo íntimo, para que com o fortalecimento da nossa fé, possamos realmente amar a Deus.
Sendo a fé uma conquista individual, que depende apenas de nós, ela não poderá ser imposta, mas trabalhada, através da assimilação das várias situações pelas quais passamos. Jesus, em sua superioridade moral, não nos impôs nada, sendo que Ele primeiro amou, depois esclareceu e, principalmente, exemplificou. Nós que, às vezes, ainda não conseguimos amar, temos dificuldades de assimilar e estamos muito distantes da prática de seus ensinamentos, queremos que os outros os entendam e pratiquem, esquecendo que estamos todos em buscas idênticas.
Antes de buscarmos explicações que ainda não conseguimos entender, amemos e respeitemos o nosso próximo, mesmo que tenhamos pensamentos diferentes. Trabalhemos a nossa fé, para que tudo o que venha de nós, seja impulsionado pelo amor, e que a prática da Doutrina Espírita seja apenas uma conseqüência desse amor.