Ainda há muito desconhecimento acerca do que é Espiritismo e o que o diferencia de outras doutrinas espiritualistas.
Espiritualista é todo aquele que crê em algo além da matéria, ou seja, é o oposto do materialista. Católicos, evangélicos, umbandistas, budistas, islamitas e os espíritas, todos somos espiritualistas.
Cabe esclarecer também, que várias são as correntes religiosas que se utilizam do intercâmbio com seres desencarnados nas suas práticas; portanto, mediunidade não é sinônimo de Espiritismo, nem propriedade desse, sendo, entretanto, um dos seus princípios.
A Doutrina Espírita, considerada a Terceira Revelação (a primeira, Moisés e a segunda, Jesus), tem por base O Livro dos Espíritos, que “…contém os seus ensinamentos (dos Espíritos), foi escrito por ordem e sob o ditado dos Espíritos Superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos sistemáticos; não contém nada que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido submetido ao seu controle. Somente a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação, são obra daquele que recebeu a missão de publicá-lo. (que foi Allan Kardec)”1
Para designar a Doutrina Espírita, evitando equívocos, determinou-se que fossem criados termos novos. “Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, utilizamos, para designar a crença nos Espíritos, as palavras espírita e Espiritismo, que lembram a origem e têm em si a raiz e que, por isso mesmo, têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, reservando à palavra espiritualismo sua significação própria.(…) Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas ou, se quiserem, os espiritistas.”2
Quando nos identificamos com esta doutrina lúcida e racional que é o Espiritismo, entendemos que não é necessário dizer “Espiritismo Kardecista”, de “Mesa Branca” ou qualquer outra denominação. Todas as religiões que auxiliam o ser humano a elevar-se moralmente são importantes e respeitáveis, mas Espiritismo só existe um e cada adepto deve primar por sua pureza e divulgação, impedindo que desvios doutrinários oriundos de outras filosofias possam se agregar ao Espiritismo, sob o rótulo de “modernidade”.
Não tenhamos medo ou receio de dizer: sou espírita. E, se necessário for, elucidemos os irmãos de caminhada, a fim de que as dúvidas e enganos possam ser dizimados, deixando clara a origem e o caráter da Doutrina que abraçamos.
1 e 2 – O Livro dos Espiritos, de Allan Kardec, itens Princípios Básicos e Introdução, respectivamente.