Técnicas e táticas obsessivas

A obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança.

Voltam-se, sobretudo, contra os espíritas sinceros e operosos, que lhes constituem barreira à sementeira da perversidade e da luxúria, do desequilíbrio e da perversão, do ódio e dos seus sequazes. Armadilhas soezes, instrumentos cruéis, técnicas refinadas, aparatos complexos são utilizados para vencê-los, atraindo-os e dizimando-os nos seus propósitos mais sadios, ou vencendo-os com as suas sórdidas infelizes, mediante intercâmbio doentio e obsessivo, para os desanimar ou perverter. Utilizando-se das próprias falhas do caráter de cada um, das suas dificuldades morais, dos conflitos e das heranças da conduta pregressa, estimulam-nos o retorno às paixões, intensificando o cerco e atirando-lhes pessoas desequilibradas, que passam a aturdi-los com os seus apelos vis, a sua psicosfera mórbida, a sua presença desagradável e tóxica. Discussões inoperantes, rixas e impertinências, queixas e intrigas, maledicências soezes e calúnias bem elaboradas, vinganças covardes e mentirosas que surgem da fantasia dos mais sonhadores e frívolos, são recursos utilizados pelos técnicos das Legiões das Trevas.

Toda e qualquer obsessão é sempre resultado da anuência consciente ou não de quem a sofre, por debilidade moral do encarnado que não lhe antepõe defesas ou por deficiências de comportamento que propiciam o intercâmbio, em razão da preferência psíquica que apraz ao mesmo manter.

Manoel Philomeno de Miranda alerta-nos, em seu livro Trilhas da Libertação, sobre as quatro fragilidades humanas exploradas pelos inimigos da iluminação: “o homem é um ANIMAL SEXUAL que se compraz no prazer, deve ser estimulado ao máximo”; “o NARCISISMO é filho predileto do egoísmo e pai do orgulho, da vaidade, inerentes ao ser humano”; “o PODER tem prevalência em a natureza humana (…) O poder é alçapão que não poupa quem quer que lhe caia na trampa”; “o DINHEIRO, que compra vidas e escraviza almas, será excelente recurso decisivo”.

O Espírito Nora, pelo médium Emanuel Cristiano, no livro Aconteceu na Casa Espírita, esclarece-nos sobre as táticas de infiltração na Casa Espírita.

Camilo, Espírito, através da lavra de Raul Teixeira, no capítulo 24 de sua obra Correnteza de Luz, recomenda-nos: “ergue a tua oração e roga aos Benfeitores Celestes o socorro (…) a fim de te desviares destes dardos morbíficos que se destinam a retardar a ação do Bem na Terra (…)”

Allan Kardec no item 24 de O Livro dos Médiuns ensina-nos que “as imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação”.

“Abrir a mente à luz e o coração ao amor, albergando a família padecente dos homens, de que fazemos parte, é o impositivo do Cristo para todos os que crêem e, especialmente para os espiritistas, que possuímos os antídotos eficazes contra as obsessões e obsessores, como o socorro aos obsediados e seus perseguidores, sob a égide de Jesus.” Essa a lição de Joanna de Ângelis, em Estudos Espíritas, para os que desejam fortalecer-se contra as técnicas e táticas obsessivas.

Antonio Augusto C. do Nascimento