Ser Espírita II

Espiritismo é ciência, religião e filosofia. Como filosofia deve ser vivenciado através de um compromisso consigo mesmo, visando à reforma íntima, pois reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que faz para domar suas más inclinações1.

É fundamental para o espírita estudar a Doutrina codificada por Allan Kardec, utilizando-a como instrumento de evolução espiritual, ciente de que o autoconhecimento e o estudo são meios de se desenvolver o amor universal, a fim de vivenciar a máxima amai-vos e instruí-vos.

A Doutrina Espírita elucida que a mediunidade não é um fim em si mesma, sendo instrumento de auxílio e esclarecimento de encarnados e desencarnados. O espírita entende que os obsessores são instrutores, à medida que oportunizam o Vigiai e Orai, para que não entreis em tentação (Mateus, 26:41).

Ser espírita é demonstrar que é possível um mundo melhor, realizável através do crescimento espiritual, intelectual e moral de cada espírito. É ter fé na vida, no próximo, em si mesmo e em Deus; é respeitar e compreender os níveis de consciência (e de evolução) de cada espírito; é ter certeza de que a melhor maneira de entender o semelhante é colocar-se em seu lugar.

O espírita vivencia sua crença dentro e fora do Centro Espírita, em todos os momentos da vida; é trabalhador da causa espírita (e não apenas da casa espírita), pois sabe que a casa é instrumento da causa, e não o contrário. É, pois, um trabalhador de Jesus.

Ser espírita é ter plena consciência de que muitos são os chamados, mas poucos escolhem Jesus como modelo, guia e Mestre. É saber que evolução é sinônimo de felicidade e que é possível, a partir do próprio esforço, viver de modo a ser hoje melhor do que se foi ontem e amanhã melhor que hoje, evoluindo sempre.

1KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 99. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1988, cap XVII, item 4.