Pureza

“Bem aventurados os puros de coração,
pois estes verão a Deus”. (Mt.; 5:8)

            No conhecido Sermão da Montanha, Jesus mostrou praticamente todas as orientações que indicam o caminho da felicidade. É, com certeza, o melhor manual de auto-ajuda que temos conhecimento.

Afirmando que somente os puros de coração se aproximarão de Deus, antes do advento do Espiritismo, praticamente havia impossibilidade a todos os seres humanos de terem contato com o Pai. Com exceção de Jesus, jamais houve algum outro ser, que tenha vivido na Terra, que se pudesse afirmar “de coração límpido”. Alguns se aproximaram dos ensinamentos do Mestre, mas nenhum o igualou.

Com o entendimento da reencarnação, compreendemos que a pureza de coração só será adquirida por todas as criaturas nas diversas experiências de vidas sucessivas. Somente quando atingirmos o estágio de espíritos puros é que compreenderemos (veremos) a Deus. Até lá, estamos em contato com espíritos, alguns imperfeitos, outros superiores, de luz, que nos auxiliam orientando, estimulando durante a nossa trajetória terrestre.

Jesus utilizou as crianças como símbolo da pureza, jamais afirmando que o Reino dos Céus é só para elas, mas para aqueles que se assemelham a sua inocência e candura. A criança, sendo um espírito reencarnado, também traz na sua vivência o coração com máculas e erros.

A pureza de espírito é conquistada com simplicidade e humildade. Exclui totalmente o pensamento egoísta e orgulhoso. Ela não está somente nos atos, mas também nos pensamentos: aquele que tem o coração puro, nem mesmo pensa no mal.

O Mestre também ensinou, confirmado posteriormente pelo Espiritismo, que para se atingir a purificação dos sentimentos, não necessitamos de rituais, exigências formais exteriores, nem de uma religião específica. Precisamos de uma mudança de valores internos, de um trabalho consciente e profundo. Como é mais fácil a prática exterior do que a reforma moral íntima, os homens ainda preferem a primeira, achando que cumprindo as formalidades religiosas estarão quites com Deus e, conseqüentemente, conquistando o Seu Reino.

O propósito da religião é conduzir o ser humano à Deus. Só chegaremos ao Criador quando estivermos na perfeição, a religião cumpre os seus intentos quando auxilia na melhora moral do homem, impulsionando-o na prática da caridade ilimitada, do amor ao próximo e aos inimigos e no perdão das ofensas. Entendendo que não basta morrer para nos tornarmos “santos” e vermos a Deus, cabe a cada indivíduo trabalhar na busca de sua própria perfeição, sem pressa, mas sem comodismos.

Sendo a máxima do Espiritismo “fora da caridade não há salvação”, deve-se praticá-la, pois ela é a mãe de todas as virtudes, nas suas mais variadas formas, para que o espírito se aproxime da pureza, da paz de consciência e, conseqüentemente, de Deus.