Porque devemos viver em família?

Além do agrupamento de pessoas, formado por pais e filhos, que vivem sobre o mesmo teto, família são espíritos, todos, sem exceção, em processo de aprimoramento e em diferentes estágios de evolução moral e intelectual.

            Antes de cada encarnação, planejamos nos reunir em uma mesma família para que possamos nos reeducar, harmonizar os sentimentos, para juntos continuarmos a evolução espiritual. 

            Conforme Joanna de Ângelis, no Livro Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda: “A constituição de uma família não é resultado de acidente biológico, mas de uma programação que lhe precede à estrutura física e social.”

            Muito antes da encarnação, o Espírito faz o cômputo de suas possibilidades, estuda o caminho que melhor se lhe afigura na luta de evolução e elevação, de acordo com suas vocações e, segundo o grau de evolução já alcançado, faz o seu projeto de vida terrena.

            Assim, a nossa família, quase sempre, começa a ser estruturada no plano espiritual. E essa programação, salvo quando nos equivocamos nas nossas escolhas e nos desviamos da rota planejada, está sendo executada agora.

            Mas, se temos a oportunidade de planejar nossa família antecipadamente, porque não a estruturamos apenas com espíritos simpáticos, sem diferenças e sem conflitos? 

            O espírito, enquanto liberto do corpo físico, tem uma visão mais alargada a respeito da vida terrena e da sua necessidade de evolução. Nessas condições, com o auxílio dos amigos espirituais e do seu anjo da guarda é que ele faz o seu planejamento reencarnatório.

            Assim sendo, face às necessidades evolutivas, a maioria dos espíritos retorna em grupos que lhes serão mais úteis do que naqueles que lhes proporcionariam mais alegrias.

            Dessa forma, as famílias nem sempre são harmônicas, ao contrário, constituem agrupamentos de difícil entendimento, porque os espíritos que nela encarnaram vieram exercitar virtudes que ainda não conseguiram adquirir. Ainda há necessidade de aprender a conviver com as diferenças e se aprimorar pela paciência, resignação, bondade e prática da caridade.

            Um mau espírito pode pedir bons pais, na esperança de que os seus conselhos o dirijam a uma senda melhor e, muitas vezes, Deus o atende. Também, espíritos mais adiantados podem nascer em uma família com a missão de auxiliar os pais espiritualmente menos evoluídos.

            Bons e maus filhos, bons e maus pais, estão intimamente ligados, pois a família existe para o reacerto. Nela os espíritos que se amam aumentam o amor. Os em conflito apreendem a amar-se. Esta é a sublime destinação da família.