Para onde vou?

O ciclo atual do corpo humano determina, com o tempo, a morte biológica. Que também ocorre em acidentes fatais ou em decorrência de enfermidades.

Morto o corpo, para onde vamos? Que vamos fazer depois? O leitor tem pensado nessas questões? São perguntas que merecem ampla análise e que podem trazer muitas respostas. Na verdade, a morte é apenas do corpo. Não morremos. Antes, continuamos a viver normalmente, com nossas conquistas morais e intelectuais, nossos desejos e focos de interesses, bem como, é óbvio, com nossas carências, angústias e sentimentos.

E já que saímos do corpo, onde ficamos, com quem?

Para responder é necessário entender que possuímos também um corpo espiritual, que Allan Kardec denominou perispírito. É com ele que nos apresentamos no mundo espiritual. É a nossa forma, nossa aparência que se conserva (pelo menos nos primeiros momentos) com os traços da última existência na Terra. Ou seja, apresentamo-nos “lá” como somos aqui. Em sua totalidade.

O local onde vamos, com quem ficaremos, o que faremos, são determinados pela sintonia de nossos interesses e desejos. Nossa liberdade ou prisão no mundo espiritual é exclusivamente determinada pela conduta moral que adotamos na vida mental.

Então, agora fica fácil de entender. Se temos uma vida mental atribulada pelos desejos de vingança, de ódio, intolerância, materialismo, estamos desde já sintonizados com ambientes carregados ou caracterizados por essas expressões. Se nossa vida é uma vida de dedicação ao bem, às causas nobres em favor da humanidade, estaremos sintonizados com outras criaturas que vibram ou pensam na mesma freqüência e para lá somos atraídos.

Indiferentes, egoístas, orgulhosos, apegados aos valores materiais também seguem o mesmo critério. Assim como bondosos, altruístas, dedicados ao bem são atraídos e recebidos por criaturas também bondosas. Intelectuais, pesquisadores, anônimos ou destacados líderes seguem o mesmo critério de buscarem ambientes com os quais sintonizam. É tudo, enfim, uma questão de sintonia.

Nada mais que mero reflexo das próprias obras; mérito ou conquista dos próprios interesses. Isso é o que determina o local para onde vamos, com quem ficamos.

O assunto sugere, pois, pensarmos como estamos utilizando nossa sintonia mental.

Orson Peter Carrara – Matão – SP