O mal, até quando?

O espírito é criado por Deus, simples e ignorante no sentido de lhe faltar ainda experiência e conhecimento. Renasce indefinidas vezes para que adquira, através dessas vivências, o aprendizado e a elevação moral necessários até atingir o estágio de espírito puro.

            Assim, somos, no presente, o resultado de tudo o que vivenciamos até agora, desde a nossa criação. Esse histórico de lutas, derrotas, vitórias, erros e acertos estão registrados no nosso inconsciente. Nossas ações e pensamentos no presente, estão respaldados em todas as experiências que o espírito adquiriu ao longo de sua existência imortal. Por isso, às vezes, agimos impulsivamente, como reflexo desse aprendizado.

            A tendência para a prática do mal persiste no ser humano como ressonância das experiências vivenciadas ao longo de sua caminhada evolutiva. Caminhada essa que se inicia sempre em mundos primitivos, onde os espíritos possuem como alvo principal a conservação da espécie. Nesses mundos, por questões de sobrevivência, os espíritos aprendem a agir com brutalidade e violência até contra seu semelhante, gerando atitudes egoístas; é dessa fase primitiva que trouxemos a maioria dos nossos vícios e más paixões.

            No entanto, os mundos, assim como os espíritos, estão sempre evoluindo; porém, muitos seres que habitam esses mundos, agora um pouco mais adiantados, continuam agindo da mesma forma que antes, ou seja não evoluíram.

            Esclarece Joanna de Ângelis, no livro Dias Gloriosos, Editora Leal (pg. 216), que: “À medida que o homem desenvolveu a inteligência e aplicou-a para proteger-se e preservar a espécie, adquiriu o poder de vencer as feras e os animais gigantescos. Como decorrência ficou a presença do mal nele dominante, que vem aplicando contra si mesmo – autodestruição, excesso nos vícios; contra os outros – furtos e roubos, calúnias, perseguições, homicídios e guerras.”

            Podemos concluir que não foi Deus que criou o mal e que tudo o que acontece é conseqüência da livre ação do ser humano. Vivemos em um Planeta de provas e expiações, onde o mal ainda persiste porque muitos habitantes não conseguiram libertar-se da ignorância e do orgulho. Os erros, a vaidade, os falsos valores têm sua intensidade e freqüência diminuída lentamente, na exata medida do progresso dos espíritos, encarnados e desencarnados, que habitam nosso Planeta.

            Atualmente, temos a falsa impressão de que a maldade está aumentando porque a mídia tem dado ênfase a notícias de violência, fome, desamor, sequestros, desonestidade, tragédias sociais e individuais. Na realidade, o mal não está aumentando, apenas ainda desperta mais interesse que o bem (porque somos espíritos imperfeitos), possuindo como público alvo pessoas que não selecionam o que entra em seus corações, seja pela televisão, rádio, jornais, revistas ou conversas informais.

            Sendo o mal a ausência do bem, fruto do desconhecimento das leis divinas e naturais, somente estaremos libertos do mal quando procurarmos nos reformar, adequando-nos às leis de amor. Compreendendo que na lei de causa e efeito toda atitude negativa repercute na própria vida, assim como todo o bem que proporcionamos retorna em forma de bênçãos, passaremos a agir melhor conosco mesmos, com o próximo e com a humanidade. Dessa forma, estaremos aptos a entender que é somente amando que seremos felizes.