Não podemos mais fugir de nós mesmos

            É alarmante o número de suicídios que tomamos conhecimento, especialmente nesta época de dificuldades e incertezas.

            Há um materialismo cada vez mais acentuado entre as pessoas e, em conseqüência, um distanciamento dos valores espirituais, deixando-as enfraquecidas e desprotegidas.

            O suicídio está presente em todas as camadas sociais. Afinal, por que a criatura humana se mata?

            O suicídio é, basicamente uma fuga. O suicida quer fugir de situações difíceis, de desgostos, de pessoas que detesta, de mágoas que não suporta, afinal, foge de si mesmo. E aí, está o terrível engano, pois não podemos, de maneira nenhuma, fugir de nós mesmos. Para que isso ocorresse seria preciso cortar o fio da existência e tudo o que somos se dissolvesse em um instante. E absolutamente não é assim que ocorre.

            O suicídio é uma ilusão de fuga; pois o corpo nada mais é do que vestimenta perecível do Espírito Imortal. E se sofremos aqui, sofreremos muito mais do lado de lá da vida, se praticarmos a violência do suicídio. Não só porque nossos sofrimentos permanecem, mas porque descobrimos, surpresos e terrivelmente arrependidos, que continuamos vivos, da mesma maneira de antes, mas com dores mais profundas devido à loucura que praticamos.

            O suicídio é o mais trágico e lamentável equívoco que o ser humano pode cometer.

            Como exemplo temos a citação da revista Reformador de março de 1963: “Para não suportar a dor que deveria durar alguns instantes, buscamos, precipitadamente, outra que pode durar tanto quanto uma nova existência de aflições. Isso de dores, mágoas, sofrimentos e aflições é tudo condição transitória de seres em reajuste moral. No fundo de si mesmo o espírito sabe, intuitivamente, a razão da sua dor, e sabe mais, que se sofre, é porque deve; a Justiça Divina não cobra multas a quem não cometeu infrações; ela é infinitamente mais perfeita que a dos homens. Interferindo violentamente no mecanismo das Leis Supremas o suicídio AGRAVA os problemas, em vez de resolvê-los”

            As pessoas devem ser menos egoístas ligar-se as outras e procurar auxiliar aquelas que sabem estarem em desequilíbrio por problemas de qualquer ordem, mostrando os diversos caminhos a seguir, ou seja: médicos, casas de saúde, casas espíritas, de acordo com a necessidade, e principalmente dar amor e compreensão. A isso chamamos de Caridade Moral.