Jovem e os sonhos (O)

Albert Eistein, o grande físico criador da Teoria da Relatividade (e=m.c², efeito fotoelétrico, entre outros enunciados que ainda não entendemos em profundidade), ganhador do Premio Nobel de Física de 1921, portanto, um ser de alta capacidade intelectual, disse muitas coisas importantes, não só a respeito das ciências como também do ser humano. Há uma frase dele de muito impacto: Meios poderosos, objetivos confusos, tal é a característica de nossa época.

Eistein realmente viveu em uma época de muitas descobertas, mas muito conturbada: duas grandes guerras mundiais, a descoberta da energia atômica que posteriormente foi utilizada para a fabricação da bomba, Hiroxima e Nagazaki, divisão do mundo em dois blocos antagônicos: capitalismo e comunismo, o que culminou na Guerra Fria…

Esse pensamento do notável cientista alemão também pode ser analisado com relação ao jovem de hoje: jamais a juventude teve tantos meios poderosos – alta tecnologia, acesso irrestrito à informação, enorme capacidade intelectual, saúde em abundância, força física desenvolvida; mas, por outro lado, ainda está muito confusa quanto aos seus objetivos.

Percebe-se uma grande parte da juventude ‘perdida’, sem saber para que veio e isto não só a respeito da profissão que deva escolher, ou sobre o que fazer com tanto potencial disponível, mas, mais profundamente, quanto aos objetivos existenciais.

É natural que na adolescência/juventude surjam muitas dúvidas: o que realmente eu sou? Porque estou aqui? O que vim fazer? Porque existo? E as respostas a essas perguntas é que darão um sentido para a vida, auxiliando inclusive nas escolhas profissionais, familiares e na vida social.

Está sendo muito estimulado nos dias de hoje o ‘curtir o aqui e agora’, filosofia não tão nova assim, pois remonta ao hedonismo da Grécia antiga, onde o prazer individual e imediato se torna a finalidade da vida. Essa escolha, porém, é um grave erro que parte da juventude está cometendo, e que trará infelizes consequências.

Ter aspirações, sonhos, refletir sobre o futuro são preocupações imprescindíveis para o equilíbrio mental e para não ter uma vida vazia e sem sentido. O Espiritismo bem compreendido pode dar bases sólidas para o entendimento da imortalidade da alma, da Lei de Causa e Efeito, das múltiplas experiências do Espírito na matéria (reencarnações), dando um sentido muito especial para a atual existência e o importante papel que cada um tem na construção de um mundo melhor. Hoje temos a oportunidade de corrigir erros do passado e, mais importante, plantar um futuro melhor com as ações do presente.

É fundamental perceber que estes sonhos não devem ter o sentido egóicos, de pensar somente em si, mas envolver a outras pessoas e comunidades, pois se não espalharmos o bem ao nosso redor, jamais conquistaremos a paz e a felicidade.

Então, se os meios são poderosos e estão à nossa disposição, devemos criar sonhos bons, objetivos nobres e definidos para bem utilizá-los. Encontrar este objetivo é tarefa inadiável para o jovem, pois é ele que dará a força e a coragem para vencer os obstáculos, as dificuldades e o desânimo que poderão surgir. Não é apenas alcançar o objetivo o que importa, mas também a qualidade de vida que experimentamos ao longo do caminho – mas isso já é assunto para outro artigo…

Luis Roberto Scholl