Humildade (A)

 A humildade é, realmente, virtude que escasseia entre as criaturas. O orgulho se disfarça de simplicidade e a prepotência assume-lhe canhestra aparência de imediato se desvelando, tão logo surja o momento de sentirem-se contrariadas.

A sua vivência, sem embargo, equilibra e sustenta o homem na manutenção dos ideais superiores que abraça, auxiliando-o a vencer-se nas más inclinações e a superar quaisquer obstáculos que defronte pelo caminho.

Colaborando na realização de autênticas auto-avaliações, a humildade permite que a criatura se conscientize das limitações e necessidades que lhe impedem o avanço, emulando-a à superação.

A crítica mordaz não a alcança, o elogio vulgar não a fere, a discriminação infeliz não a atinge, a perseguição não a desanima, a tentação não a perturba se impuser a condição da humildade, porque, conselheira lúcida, ela apontará o caminho seguro a percorrer, demonstrando que essas ocorrências constituem acidentes que se encontram presentes em todas as áreas do processo evolutivo. Ao mesmo tempo, em razão de dar a medida do que é e do que realmente se faz necessário para a vitória, concita à oração e através deste recurso se despe dos atavios inúteis para apresentar-se ao Senhor como realmente é, colocando-se à disposição da Sua superior vontade.

Nesse clima estabelece-se a paz íntima e a confiança, despojada da presunção, emula à insistência na ação edificante com que cresce, emocional e espiritualmente, tornando-se instrumento infatigável do Bem.

Não são poucos os candidatos à evolução que tombam no caminho, apesar de possuidores de boa vontade, que é uma excelente qualidade para o cometimento, entretanto, distraídos da vivência da humildade, abandonam o compromisso na primeira oportunidade, vitimados pelo desalento, pela amargura, ou vencidos por intempestivo cansaço de que se fazem fáceis presas.

Texto extraído do Livro: Painéis da Obsessão, Divaldo Pereira Franco,
pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, Pág. 229, LEAL