Em Torno da Morte…

 Morrer é um evento natural, como nascer, crescer, ter filhos, mas esse tema, muitas vezes, é tratado como tabu ou mistério.

Apesar de a morte ser a única coisa certa na vida, evitamos falar nela. Negar que vamos morrer, não fará com que vivamos para sempre; e nem o contrário, falar sobre o assunto, não fará com que o fato ocorra antes do tempo.

Se morrer é uma realidade inexorável, porque nos apavoramos tanto com isso? A morte ainda está ligada ao desconhecido, à ruptura dos laços afetivos, à solidão, ao sofrimento, ao medo.

A ilusão da beleza eterna, o apego aos valores materiais, ao status social, a valorização do ter em detrimento do ser, tornam o desencarne um acontecimento difícil de encarar, afinal, para muitos significa deixar tudo o que tem valor nesta vida.

Não podemos mudar o fato de que vamos morrer um dia; mas podemos mudar a maneira de encarar esse fato. Falar sobre a morte, saber o que acontece quando do desencarne e nos preparar para morrermos (pode ser hoje, amanhã ou daqui a algum tempo)ajuda a lidar com o fim da vida terrena, nossa e daqueles a quem amamos.

A continuidade da vida em espírito, após o desenlace do corpo físico é algo concreto e racional. Quando desencarnamos, rompem-se os laços que prendiam o espírito ao corpo material, que era apenas um veículo para que o espírito pudesse experenciar na matéria.

Não nos tornamos melhores porque morremos. Somos, no mundo espiritual, a continuação do que fomos na Terra, apenas sem o corpo físico; muito do que era importante para nós aqui, continuará sendo após o retorno ao plano espiritual. Também se mantêm as afeições daqueles que são importantes para nós, com um toque de saudade. Após o desencarne, os espíritos familiares continuam apoiando, ajudando e amando aqueles a quem têm afeto.

O que vamos encontrar no mundo espiritual, depende da vida que levamos no Plano Terra. Uma vida embasada no amor, no desapego, na caridade, no perdão, nos ensinamentos do Cristo, oportuniza ao espírito um bom retorno ao mundo dos espíritos. Receberemos aquilo que os nossos atos nesta vida terrena nos fazem merecer: medo, se formos egoístas e apegados às coisas terrenas; serenidade, se nossas atitudes forem de amor e de justiça.

Façamos ao próximo aquilo que gostaríamos que ele fizesse a nós; esforcemo-nos para que estejamos sempre em aprendizado, na vivência do amor e da caridade, a fim de que possamos encarar a morte como algo natural, com tranquilidade e alegria do dever cumprido.