Diante do Erro

  Como espíritos imortais, temos o mesmo ponto de partida, ou seja, fomos criados simples e ignorantes, mas com o germe do conhecimento dentro de nós, para que, pelo esforço individual e através das sucessivas encarnações, possamos adquirir experiência e conhecimento até chegar à perfeição.

Como bússola, trazemos as Leis Divinas gravadas na consciência, o que nos dá, dentro de cada nível de compreensão, as noções do que é certo e do que é errado. Quanto mais esclarecidos somos, mais rígida é nossa consciência, permitindo uma compreensão mais ampla das leis que regem a vida e a criação.

Ao longo da caminhada evolutiva, fazendo escolhas, cometemos erros, por desconhecimento ou por fraquezas morais. Erramos porque, ainda, agimos influenciados por impulsos e instintos primários. Mas diante do erro cada espírito, dependendo das suas conquistas espirituais, reage de forma diferente. Uns conseguem encará-lo de forma positiva e aprendem com ele; outros, ainda sucumbem diante dele. Ao estacionar no remorso e na culpa, com o tempo, sujeita-se a desenvolver doenças no corpo físico, entrar em depressão, atrair um processo obsessivo ou até, numa atitude extrema, chegar a desistir da vida pelo suicídio. Por outro lado, arrependendo-se, reformando-se interiormente e reparando os equívocos, conseguirá perdoar-se e, desse modo, conquistar a tão almejada paz de espírito.

Aceitar a realidade é um grande passo, pois só conseguimos modificar aquilo que percebemos claramente em nós. E só podemos ter essa visão se, com humildade, estabelecermos o nosso real valor. Sem exagero, que nos trará dificuldades para aceitar os próprios erros e administrar os fracassos; nem com complexo de inferioridade, que nos colocará na condição de incapazes de merecer o perdão Divino e renovar comportamentos.

Sem alimentar a culpa, optemos pelo melhor, modificando nossa conduta. Reconheçamos os erros cometidos, tomando consciência de que agora desfrutamos da oportunidade de reparar o equívoco, permitindo-nos uma outra oportunidade, ainda nesta encarnação.

É importante que recomecemos sem a busca apressada da perfeição absoluta, sem nos exigir capacidades e habilidades que ainda não conquistamos e compreendendo que o nosso comportamento é decorrente da nossa idade evolutiva, onde o erro deve ser visto como oportunidade de adquirir conhecimento, experiência, discernimento e lucidez, ou seja, amadurecer espiritualmente.

“A verdade realmente aprendida é aquela que sentimos. E só podemos sentir a verdade mediante as experiências”. Vinícius, no livro “Em Torno do Mestre”, FEB.