Conduta Espírita

A título de editorial, utilizamos um valioso texto de Victor Hugo, que se encontra na obra Árdua Ascensão1, psicografia de Divaldo Franco, que serve de perfeito alerta quanto à conduta moral do espírita nos relacionamentos humanos e dos riscos que corre quando se permite desviar dos compromissos assumidos na erraticidade.

“No relacionamento entre as criaturas e especialmente entre homem e mulher, nunca são demasiados o cuidado mantenedor do equilíbrio, o respeito moral que evita o relaxamento das atitudes e o pudor que preserva de intimidade perniciosa.

Conduzir e superar as paixões inferiores, disciplinando a vontade e resguardando a honra, mesmo que outras pessoas com tais atitudes não se preocupem, são deveres do cidadão honesto e desafio para quantos adotam uma filosofia dignificante qual é o espírita, que tem a ver com o homem integral, preparando-o para uma realidade após a morte e uma existência antes dela, que não se coadunam com as permissividades que intoxicam a mente, amolentam o caráter e decompõem aos sentimentos morais da criatura.

Acrescente, às aberturas viciosas dos tempos atuais, a influência sórdida dos Espíritos atormentados, que se comprazem na permanência e prosseguimentos dos prazeres, nos quais consumiram os corpos, e teremos ciladas, conúbios perniciosos, obsessões soezes que resultam da perfeita aquiescência, por afinidade, daqueles infelizes desencarnados com os insensatos e frívolos do corpo físico, descambando para a promiscuidade e delitos morais, na área da luxúria, com conseqüências imprevisíveis nos resultados infelizes”.

E concluindo a missiva, destaca o nobre romancista do plano espiritual:

“Muitas construções do bem tem ruído e diversos obreiros malogrado, por se permitirem os sonhos lúbricos, a princípio nos relacionamentos inocentes, para depois os resvalamentos danosos nos fossos das alucinações e dos desconcertos morais de difícil reparação”.

1FRANCO, Divaldo. Árdua Ascensão. Pelo Espírito Victor Hugo. 6. ed. Salvador, BA: LEAL, 1985. p. 128.