Comportamento no Centro Espírita

Na orientação dos Espíritos Superiores o Centro Espírita deve ser uma escola de educação para o Espírito, um hospital de Almas aflitas, uma oficina de caridade, um lugar de reflexões profundas, de amparo, consolo e informação, enfim, como proclama o Espírito Djalma M. Farias no livro Crestomatia da Imortalidade, de Divaldo Franco, “(…) como um colo de mãe narrando a verdade atraente e bela ao seu filho querido”.

Para que a Sociedade Espírita cumpra com seu papel frente aos encarnados e desencarnados, ela deve estar embasada no mais profundo sentimento de humildade, amor, caridade e respeito como apregoa Jesus. Os membros da instituição e os freqüentadores deverão vibrar em uma faixa superior de pensamentos, participando e facilitando o amplo amparo que a espiritualidade destina aos necessitados que ali acorrem.

Manoel Philomeno de Miranda1 afirma que “infelizmente, muitas pessoas ainda não compreenderam a maneira saudável de comportar-se em determinados lugares onde se apresentam (…). Mesmo quando membros das instituições, que deveriam preservar, tornam-se palradoras, movediças, inquietas, olvidado-se das atitudes coerentes com as propostas que ali são apresentadas e devem transformar-se em realizações edificantes”. O nobre Espírito alerta que este comportamento faculta a intromissão de Espíritos irresponsáveis e ociosos que prejudicam o ambiente que deveria ser saudável e equilibrado. Preservando-se da algazarra sem propósito, a Casa Espírita se reserva a ser um local de estudo e discussões das questões espirituais e amparo a Espíritos necessitados de orientação e encaminhamento, nos dois planos da vida.

Continua Philomeno de Miranda1“Caso haja silêncio que induz ao recolhimento interior, à meditação, à prece, aos pensamentos salutares, cria-se o clima psíquico e saudável para o mister a que se propõem seus organizadores”.

Uma música suave, a alegria saudável e um clima fraterno de verdadeira amizade e compreensão: assim se faz um ambiente propício ao trabalho dos encarnados e dos benfeitores espirituais.

Assevera Bezerra de Menezes2“(…) a espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconseqüência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que são manifestações inferiores do caráter e da inconseqüência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a espiritualidade iluminada e benfazeja”.

A Casa Espírita, longe de ser um lugar enfadonho, de tristezas e “caras fechadas”, deve ser um local de saudável alegria pelos ensinamentos consoladores ali proporcionados, onde Jesus é saudado como o modelo e guia da humanidade, exemplo de virtudes que podemos almejar.

Sempre que adentrarmos a uma Casa Espírita, lembremo-nos que o nosso pensamento é fator importante para a harmonia do ambiente, portanto, o vigiar e orar preconizado por Jesus deve estar cada vez mais presente em nossas vidas.

1FRANCO, Divaldo. Entre os dois mundos. Pelo Espírito Manoel P. de Miranda. 4. ed. Salvador, BA:LEAL, 2004.
2PEREIRA, Yvonne do Amaral. Dramas da obsessão. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Rio de Janeiro: FEB, 1964.