Ciência e Mediunidade

(…)todo e qualquer médium que ignora o Espiritismo
é alguém que caminha em perigo(…).” 

Divaldo Frando, no livro Diretrizes de Segurança

            Desde os primeiros tempos, muitos vultos, sábios, médicos, Academias e Universidades têm estudado e propagado os fenômenos espíritas, havendo, muitas vezes, iniciado tais estudos, com a ideia firme de “destruir a nova seita”.

Sir WILLIAM CROOKES, célebre físico e químico inglês, membro da Royal Society, a quem se devem numerosas descobertas, como a do thálio, dos raios catódicos e da matéria radiante, tendo as suas experiências servido de base para a descoberta dos Raios X, afirmou: Tendo-me assegurado da realidade dos fatos espíritas, seria uma covardia moral recusar-lhes o meu testemunho. Após seis anos de experiências rigorosamente científicas, não digo que os fenômenos são possíveis; digo que são reais.

A Academia Real de Londres nomeou mais tarde, no fim do século XIX, uma comissão composta de 33 dos seus membros para esse fim e, ao cabo de rigorosos exames, proclamou a realidade dos fatos.

CESAR LOMBROSO, o maior criminalista da Europa do início do século XX, disse: Depois de ter negado os fenômenos espíritas sem os observar, vi-me forçado a aceitá-los quando, apesar disto, as provas mais manifestas e palpáveis cairam sob os meus olhos.

CRONWELL VARLEY, Engenheiro Chefe das companhias de telegrafia internacional e transatlântica, inventor do condensador elétrico, que resolveu o problema da telegrafia submarina, sustenta: O ridículo que os espíritas têm sofrido não parte senão daqueles que não têm tido nem a coragem, nem a conveniência de fazer algumas investigações, antes de atacarem o que ignoram.

Apesar de a Doutrina Espírita ser uma Ciência completa em si mesma, não necessitando de pesquisas de especialistas de outras áreas do conhecimento humano, muitos deles, com intuito de desacreditar os fenômenos espíritas, acabaram por se tornar seus adeptos pelas evidências comprobatórias dos fatos mediúnicos: Gustavo Geley, Ernest Bozzano, Paul Gibier, Alexander Aksakov, Frederic Myers, Oliver Lodge, Johan Zöllner, Alfred Russel Wallace, Camille Flamarion, Thomas Édison, entre outros.

Não há quem ignore que, ao lado do verdadeiro, há o falso Espiritismo, como ao lado da religião há a crendice, ao lado da piedade há a hipo­cresia, ao lado da ciência há o charlatanismo.

Há muitos médiuns, de faculdades apreciáveis, em todos os lugares, até porque a mediunidade é uma condição inerente ao ser humano e não propriedade de uma doutrina; mas muitos deles se desenvolvem sem conhecimento específico dessa faculdade ou pior, utilizam-na de forma equivocada para proveito próprio, com extraordinários ganhos monetários e de poder. Neste caso são os Espíritos inferiores que se lhes apoderam, trazendo-lhes enormes prejuízos, incitando-os ao abuso, abrindo portas à obsessão, pelas quais o médium imprevidente terá que responder mais tarde.

Afim de preservá-los da obsessão, o eminente mestre LÉON DENIS aconselha a que estas atividades sejam rodeadas de uma atmosfera de paz, de recolhimento e sossego moral formando, pela união das vontades, uma rede de forças magnéticas. O médium deve sentir-se amparado, protegido. É preciso também não descurar a prece. Os pensamentos são forças tanto mais poderosas quão mais puros e elevados eles sejam. A prece, auxiliada pela união das vontades, opõe uma barreira fluídica inacessível às entidades inferiores.

O ambiente propício para as ações espirituais da mediunidade é o recolhimento, a fé e a paz.

Para se conseguir tal ambiente é imprenscindível o estudo sério e constante dos postulados espíritas, um grupo coeso e desprendido de interesses secundários, onde impere a boa vontade, o desejo de ser útil e a união fraternal. Dessa forma, verdadeiros prodígios poderão ser alcançados pelo grupo, inúmeras tragédias serão evitadas, consolos imensuráveis serão distribuídos, aprendizados de grande valia serão repassados.

A mediunidade à luz do Espiritismo é porta segura e tranquila para o verdadeiro serviço no bem, que auxilia o seu portador a cumprir com os graves compromissos assumidos antes da reencarnação.

O cientista, acima de tudo, é um médium da espiritualidade superior, na medida que recebe a intuição do Mundo espiritual proporcionando, junto às suas próprias capacidades, o desenvolvimento das ciências, das tecnologias, da medicina e do conhecimento, visando o bem-estar do ser humano.

Luis Roberto Scholl
Fonte: www.universoespirita.org.br. Projeto Reformador, fev. 1911.