A arte de conquistar amigos (e evitar fazer inimigos)

 Disse um antigo pensador: “Dedica-te ao trabalho e deixe em paz o teu inimigo, alguém um dia o molestará por ti”.

Mas se o inimigo não nos deixar em paz? O que fazer?

– Ame-o, respeite-o, isso vai deixá-lo desorientado!

Como mostra esta singela história¹:

“Quando o jovem adquiriu a nova fazenda, o vizinho veio em visita nada amistosa:

– Não desejo importuná-lo – disse o vizinho – mas quando o senhor comprou esta propriedade adquiriu com ela o aborrecimento de uma questão judicial, pois vou mover-lhe uma ação. Sua cerca passa três metros dentro da minha propriedade.

Era um inimigo em potencial. Um litígio que, se iniciado, poderia durar décadas, várias gerações, se não fosse praticada a mensagem conciliadora de Jesus “amai os vossos inimigos”.

O novo proprietário sorriu e disse:

– Imaginei encontrar bons vizinhos aqui e hei de encontrá-los. Espero que o senhor me ajude. Pode recuar a cerca até o ponto que desejar e mande-me a conta depois. O senhor ficará satisfeito e eu feliz.

Consta que a cerca nunca foi recuada e o inimigo em potencial, tornou-se um vizinho um tanto perplexo, mas muito amável.”

Os grandes inimigos não são difíceis de serem encontrados: seja por alguns metros, por momentos de desatenção, de esquecimento ou por aborrecimentos minúsculos, pequenas coisas…

Analise bem as relações que mantém com o próximo. Poucos metros não farão a diferença, ceder um pouco e conquistar a amizade daqueles com quem irá conviver diariamente, sim. O olhar mais atento, carinhoso, um bom dia, a delicada preocupação com o bem estar do próximo, evitará pequenos aborrecimentos, fazendo a diferença entre a simpatia e a antipatia!

Fique atento a tudo e a todos. Trate bem o próximo, mesmo que ele não seja ainda seu amigo, respeite o seu ponto de vista: assim estarás aumentando o rol das amizades e diminuindo o peso na balança do lado das inimizades.

E, quando alguém que se considera seu inimigo o prejudicar, compreenda-o, perdoe-o, ame-o. Não estimule o sentimento de ódio ou vingança. Verdadeiramente você estará demonstrando que já aprendeu algo a mais que ele e que, se agia assim no passado, agora já não age mais.

 

Luis Roberto Scholl
¹Baseado em artigo da revista Reader’s Digest de março de 1958, nº 194.